Exonerações e nomeações atendem a arranjos com partidos da base e à disputa política
Da posse até hoje: acomodações de aliados políticos. Entre os que saíram, Paulo Tadeu, então poderoso secretário, foi para o Tribunal de Contas |
Em 1º de janeiro de 2011, o recém-eleito governador Agnelo Queiroz tomou posse no Palácio do Buriti, em uma disputada cerimônia. Ao lado do novo chefe do Executivo da capital, 31 secretários de Estado assumiram os cargos e posaram para a foto oficial do GDF. Mas de lá para cá, o retrato do primeiro escalão mudou muito. Quase 70% dos titulares de secretarias de governo deixaram o cargo. A dança das cadeiras ocorreu para melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo GDF, mas também para acomodar aliados políticos, ou para apagar incêndios causados por denúncias e escândalos. Nos últimos três anos, o governador criou quatro pastas e extinguiu uma secretaria, a de juventude. Até abril, uma nova rodada de mudanças vai ocorrer para que integrantes da equipe se desincompatibilizem a fim de concorrer nas próximas eleições.
Entre as secretarias consideradas estratégicas, somente a de Saúde tem o mesmo titular. O médico Rafael Barbosa, braço direito do governador, está no posto desde a posse de Agnelo Queiroz. Enfrentou crises na área, como todos os antecessores, mas foi mantido no cargo até agora. Só deve se afastar do primeiro escalão para se candidatar a uma vaga de deputado federal. A longevidade na Secretaria de Saúde deu visibilidade ao aliado de Agnelo, que no ano passado se filiou ao PT e vai concorrer em outubro.
Outra área importante que manteve o mesmo gestor pelos últimos três anos foi a Secretaria de Transportes. Indicado pelo vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), José Walter Vazquez liderou o processo de licitação para renovação da frota e do sistema de ônibus da capital federal. A concorrência pública foi alvo de quase 200 ações e de denúncias de empresários e parlamentares de oposição. Apesar do desgaste, o governo conseguiu dar prosseguimento à licitação e Walter seguiu firme no cargo. Deve ser um casos raros de permanência no posto pelos quatro anos do mandato de Agnelo.
Fonte: Correio Braziliense