Tarso Genro pode nem disputar a releição

À frente nas pesquisas, senadora ameaça a reeleição de Tarso Genro, que pensa até em sequer disputar


A nove meses das eleições, nem o governador Tarso Genro (PT) sabe se concorrerá no Rio Grande do Sul. Embora bem avaliado nas pesquisas, condiciona a disputa da reeleição a uma série de concessões. Não é para menos. Nenhum dos seus sete antecessores conseguiu reeleger-se ou mesmo fazer o sucessor. 

Já os adversários estão animados, como a senadora Ana Amélia (PP), que nas pesquisas já aparece a frente do atual governador. Ela só deverá ter seu nome garantido quando a cúpula do PP se reunirá, em abril. Outro oposicionista, o deputado federal Vieira da Cunha (PDT), tem a candidatura certa, segundo seu partido, mas que terá a homologação de sua candidatura apenas em junho.

PT garante

“O governador nunca afirmou que não será candidato, mas ele é candidato, pois há uma resolução que aprovamos no ano passado que garante a ele esse status”, afirma o presidente do PT-RS, Ary Vanazzi.

Apesar de garantido pelo partido, Tarso Genro condiciona sua candidatura à aprovação do projeto do Indexador da Dívida dos estados, que tramita no Congresso, já que o Rio Grande do Sul está no vermelho. 

“O que ele levanta é que os partidos da base, na esfera federal, se mobilizem para aprovar o indexador. Os problemas de dívidas não são apenas no Rio Grande do Sul, mas outros estados também passam por isso”, explica Vanazzi.

Outra reivindicação é a participação exclusiva da presidente Dilma Rousseff em seu palanque. Com a aliança entre PT e PMDB no âmbito nacional, examina-se a possibilidade de a presidente aparecer junto a um candidato de partido aliado, tradicional rival dos petistas do estado gaúcho.

“Com a presença da presidente no palanque do PT, cresce a candidatura da Dilma e cresce a candidatura do Tarso”, declara Vanazzi, que joga a participação da presidente Dilma no palanque do ex-ministro na responsabilidade da Executiva Nacional do PT.
PP ao lado dos tucanos
À frente nas pesquisas, a senadora Ana Amélia precisa se equilibrar no Congresso. Seu PP é oposição no Rio Grande do Sul e governista na esfera nacional. Ela própria assume posição independente, diz o presidente regional do partido Celso Bernardi. Mas Ana Amélia frequentemente vota com os tucanos. Por isso, no final do ano passado foi chamada pela presidente Dilma para uma conversa durante encontro casual na sessão do Congresso que homenageou o ex-presidente João Goulart. Bernardi conhece rumores sobre ameaças de que o PP perderia o Ministério das Cidades caso Ana Amélia abra palanque para Aécio Neves ou Eduardo Campos, mas avisa que não acredita neles.

Oposição não está unida
A indecisão de Tarso Genro ajudou a abrir espaço para a senadora Ana Amélia, que cresce na preferência do eleitorado, quase naturalmente. “Ela é percebida como candidata mesmo sem nunca ter anunciado sua candidatura, acredito que por ser a única da oposição que tem condições de vencer o governo do PT”, garante o presidente do PP gaúcho, Celso Bernardi.
Segundo o presidente do PDT gaúcho Romildo Bolzan Júnior, o partido já tem os nomes que concorrerão aos cargos majoritários definidos. Para o governo, o partido escolheu Vieira da Cunha, mesmo a legenda nacionalmente ainda na base do governo de Dilma, mas que desde o ano passado rompeu com Tarso.
Partido do vice-presidente Michel Temer, o PMDB é rival histórico do PT no estado. O partido ainda não tem candidato ao governo definido. Porém, o nome mais forte é de Ivo Sartori, ex-prefeito de Caxias do Sul, principal município do interior. Outros nomes ainda estão sendo ventilados, entre eles do ex-governador Germano Rigoto, que também pode ir para o Senado, caso o senador Pedro Simon não concorra à reeleição.
» O Jornal de Brasília passará a publicar, a cada final de semana, reportagens especiais sobre as sucessões estaduais.
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