Batizado de "Diretrizes para elaboração do programa de governo da aliança PSB-Rede", o documento apresentado nesta terça-feira, 4, por Eduardo Campos e Marina Silva reforça o discurso de oposição ao atual modelo político, social e econômico representado pelo governo da presidente Dilma Rousseff ao mesmo tempo em que demonstra um esforço de conversão do pernambucano a cartilha da ambientalista. Mas carece de grandes propostas concretas que fujam ao que se costuma ver a cada quatro anos nos programa de governo dos postulantes ao Palácio do Planalto.
Naquela que é considerada a área mais frágil do atual governo, a economia, as "diretrizes" trazem uma série de platitudes sobre política industrial, agropecuária, infraestrutura, turismo, inovação e mercado de trabalho. Não há qualquer menção ao modelo macroeconômico vigente, baseado no tripé câmbio flutuante, metas de superávit primário e de inflação. Desde o ano passado, analistas próximos e contrários ao governo criticam a flexibilização deste tripé da forma como foi implementado por Dilma Rousseff.
Apesar disso, o tom geral das suas 70 páginas é de oposição. Muitas vezes até se assemelha ao do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Por exemplo, quando analisam com olhar positivo os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), pela implementação do Plano Real, "que conferiu mais racionalidade e segurança à economia"; e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela "retomada do processo de inclusão social".
As críticas mais fortes expressas no documento são quanto ao modelo político: "O modelo esgotou-se a olhos vistos, mas as forças políticas que o operam esforçam-se para mantê-lo, negociando pedaços do Estado e entregando-os ao atraso para se manterem ao poder". O problema é que, na condição de ex-ministros de Lula, Campos e Marina ignoram que muitas das críticas que fazem a Dilma têm por origem opções tomadas durante o governo do qual fizeram parte e que Dilma apenas herdou. Lula, nesse sentido, é poupado. Além disso, Campos, na condição de signatário, ignora que muitas das práticas que critica foram adotadas por ele mesmo desde que assumiu o governo de Pernambuco, em 2007. O loteamento de espaços do poder a partidos políticos e o esvaziamento da oposição são apenas dois deles.
Bem afinado com o discurso de Marina, fica nítido que o programa tem forte influência da Rede quando o tema é sustentabilidade. Chega a sugerir que os bancos públicos avaliem se uma empresa tem "práticas sustentáveis" antes de liberar empréstimos e financiamentos. Neste campo, entre as poucas medidas concretas está a de constituir um "painel de especialistas" para discutir a tecnologia de segurança na exploração de petróleo na camada pré-sal e de gás de xisto "para que a sociedade tenha maior clareza em relação aos riscos envolvidos". O documento diz que é preciso destinar parte de recursos obtidos a partir da exploração do pré-sal para o desenvolvimento de energia por meio de fontes renováveis (eólica, solar, biomassa, principalmente). Pela lei aprovada no Congresso no ano passado, porém, os recursos dos royalties do petróleo serão destinados 75% para a educação e 25% para a saúde. Também inova ao defender mais recursos para a saúde tendo como base a Receita Corrente Bruta da União.
Em discurso realizado nesta terça-feira, 4, em Brasília, a ex-senadora Marina Silva (PSB) afirmou que é preciso ampliar as conquistas dos brasileiros. As declarações, feitas no evento de lançamento das diretrizes programáticas do PSB/Rede, reforçam o possível mote de campanha do partido de que é preciso manter as conquistas das últimas décadas realizadas nos governos do PSDB e PT, mas fazê-las avançar.
"Precisamos ampliar as conquistas, mas não tendo a postura da complacência com os erros", disse a ex-senadora que participou, ao lado do possível candidato à presidência da República, governador Eduardo Campos, durante o lançamento das propostas.
Ao longo do discurso, realizado em um auditório na Câmara dos Deputados, Marina também focou as críticas no modelo de coalização dos partidos, baseado no tempo de TV e estruturas de cada legenda. "Essa política com base em estruturas precisa mudar", afirmou. "Se Eduardo Campos ganhar a disputa presidencial só haverá um a quem se deve agradecer, o povo brasileiro".
Em relação às diretrizes apresentadas hoje, ela ressaltou que ainda não são propostas definitivas e que deverão ser ampliadas até junho quando deverão ocorrer as convenções partidárias.
O documento apresentado hoje tem 70 páginas e, conforme antecipou ontem, 3, o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, as diretrizes serão divididas em cinco eixos: Estado e a democracia de alta intensidade; Economia para o desenvolvimento sustentável; Educação, cultura e inovação; Políticas sociais e qualidade de vida; Novo urbanismo e o pacto pela vida.
Naquela que é considerada a área mais frágil do atual governo, a economia, as "diretrizes" trazem uma série de platitudes sobre política industrial, agropecuária, infraestrutura, turismo, inovação e mercado de trabalho. Não há qualquer menção ao modelo macroeconômico vigente, baseado no tripé câmbio flutuante, metas de superávit primário e de inflação. Desde o ano passado, analistas próximos e contrários ao governo criticam a flexibilização deste tripé da forma como foi implementado por Dilma Rousseff.
Apesar disso, o tom geral das suas 70 páginas é de oposição. Muitas vezes até se assemelha ao do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Por exemplo, quando analisam com olhar positivo os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), pela implementação do Plano Real, "que conferiu mais racionalidade e segurança à economia"; e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela "retomada do processo de inclusão social".
As críticas mais fortes expressas no documento são quanto ao modelo político: "O modelo esgotou-se a olhos vistos, mas as forças políticas que o operam esforçam-se para mantê-lo, negociando pedaços do Estado e entregando-os ao atraso para se manterem ao poder". O problema é que, na condição de ex-ministros de Lula, Campos e Marina ignoram que muitas das críticas que fazem a Dilma têm por origem opções tomadas durante o governo do qual fizeram parte e que Dilma apenas herdou. Lula, nesse sentido, é poupado. Além disso, Campos, na condição de signatário, ignora que muitas das práticas que critica foram adotadas por ele mesmo desde que assumiu o governo de Pernambuco, em 2007. O loteamento de espaços do poder a partidos políticos e o esvaziamento da oposição são apenas dois deles.
Bem afinado com o discurso de Marina, fica nítido que o programa tem forte influência da Rede quando o tema é sustentabilidade. Chega a sugerir que os bancos públicos avaliem se uma empresa tem "práticas sustentáveis" antes de liberar empréstimos e financiamentos. Neste campo, entre as poucas medidas concretas está a de constituir um "painel de especialistas" para discutir a tecnologia de segurança na exploração de petróleo na camada pré-sal e de gás de xisto "para que a sociedade tenha maior clareza em relação aos riscos envolvidos". O documento diz que é preciso destinar parte de recursos obtidos a partir da exploração do pré-sal para o desenvolvimento de energia por meio de fontes renováveis (eólica, solar, biomassa, principalmente). Pela lei aprovada no Congresso no ano passado, porém, os recursos dos royalties do petróleo serão destinados 75% para a educação e 25% para a saúde. Também inova ao defender mais recursos para a saúde tendo como base a Receita Corrente Bruta da União.
Em discurso realizado nesta terça-feira, 4, em Brasília, a ex-senadora Marina Silva (PSB) afirmou que é preciso ampliar as conquistas dos brasileiros. As declarações, feitas no evento de lançamento das diretrizes programáticas do PSB/Rede, reforçam o possível mote de campanha do partido de que é preciso manter as conquistas das últimas décadas realizadas nos governos do PSDB e PT, mas fazê-las avançar.
"Precisamos ampliar as conquistas, mas não tendo a postura da complacência com os erros", disse a ex-senadora que participou, ao lado do possível candidato à presidência da República, governador Eduardo Campos, durante o lançamento das propostas.
Ao longo do discurso, realizado em um auditório na Câmara dos Deputados, Marina também focou as críticas no modelo de coalização dos partidos, baseado no tempo de TV e estruturas de cada legenda. "Essa política com base em estruturas precisa mudar", afirmou. "Se Eduardo Campos ganhar a disputa presidencial só haverá um a quem se deve agradecer, o povo brasileiro".
Em relação às diretrizes apresentadas hoje, ela ressaltou que ainda não são propostas definitivas e que deverão ser ampliadas até junho quando deverão ocorrer as convenções partidárias.
O documento apresentado hoje tem 70 páginas e, conforme antecipou ontem, 3, o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, as diretrizes serão divididas em cinco eixos: Estado e a democracia de alta intensidade; Economia para o desenvolvimento sustentável; Educação, cultura e inovação; Políticas sociais e qualidade de vida; Novo urbanismo e o pacto pela vida.