Cidades ainda administradas por interinos

Na data do anúncio dos administradores interinos, (ontem) segunda-feira passada, integrantes do governo trabalhavam para nomear os chefes definitivos das 31 regiões do Distrito Federal até, no máximo, esta semana. Agora, no entanto, a previsão mudou: os temporários devem permanecer à frente das unidades por, no mínimo, mais sete dias. E não está descartada a possibilidade de eles serem mantidos no cargo até o fim do mês, para evitar que as novas nomeações — dos 31 indicados e apadrinhados — entrem na folha salarial de janeiro e causem mais despesas.

Enquanto os definitivos não são escolhidos, os sete superadministradores fazem um diagnóstico da situação e enfrentam uma série de problemas. O principal deles é a falta de funcionários. Como a maior parte do quadro de pessoal dos órgãos é formada por funções comissionadas — e elas só serão preenchidas quando os definitivos forem oficializados —, existe administração com apenas três servidores.

Mesmo as unidades com maior número de efetivos não escapam dos problemas. Algumas, por exemplo, dão conta de burocracias internas, como a liberação de alvarás e licenças para construções, mas não conseguem dar vencimento a trabalhos externos. Esse ponto é fundamental para o bom funcionamento das cidades, pois são responsáveis por fazer a ponte com a Novacap para recapear vias esburacadas, cortar gramados e podar árvores.

Igor Tokarski, responsável pela área central, criticou a ausência “praticamente total” de funcionários concursados em muitas administrações. Para atender às demandas, ele tem pregado a necessidade de “trabalhar em equipe”: alguns servidores lotados em determinada unidade ajudam a resolver problemas de regiões vizinhas. “Nós somos um time. Todos precisam ajudar, pois a situação do Distrito Federal não é fácil e não queremos prejudicar o atendimento ao cidadão”, ressalta.

José Edberto da Silva, que responde entre outros locais pelo Riacho Fundo 1, diz que nem o pagamento do serviço de telefone está em dia no órgão da região. “Há contratos vigentes que não são pagos há vários meses”, conta. Ele também reclama da falta de matéria-prima. “Queremos recuperar algumas pistas, mas não temos massa asfáltica para isso”, explica.

Sem dono
O vice-governador, Renato Santana (PSD), faz duras críticas ao antigo governo. “A impressão é que o Estado está sem dono, sem gestão, completamente abandonado. Fui ao Sol Nascente no último domingo e saí de lá com o espírito depressivo, tamanho o descaso”, conta ele, que liderou a Operação Levanta DF, com a participação, inclusive, do governador, Rodrigo Rollemberg. “Em três dias, os caminhões de lixo fizeram 1.350 viagens. Eles tiraram, ao todo, 16 mil toneladas de lixo das ruas.” O GDF estuda, após oficializar o nome dos chefes das unidades, levar a Coordenadoria das Administrações da Casa Civil para a vice-governadoria.

Divisão
O governo dividiu o DF em sete macrorregiões e indicou administradores temporários para cada uma delas. Rodrigo Rollemberg (PSB) prometeu escutar os deputados distritais na escolha do administradores, já que praticamente não foram consultados na formação do secretariado. Os nomes indicados pelos parlamentares já estão na mesa do governador, que avalia se as indicações correspondem aos critérios estabelecidos, como, por exemplo, ser morador localidade que pretendem comandar.
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