Conselheiro da OAB é preso por usar documentos falsos

Um advogado conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) DF foi preso em flagrante depois de tentar sacar R$ 250 mil usando documento falso. Wendel Lemes de Faria estava em uma agência no Lago Sul quando foi surpreendido por agentes da Polícia Civil, na última segunda-feira. Ele foi levado para o Departamento de Polícia Especializada (DPE), mas transferido para uma sala no Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), da Polícia Militar. O presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, disse que Wendel garantiu que tentava sacar a quantia com uma procuração reconhecida em cartório. O valor seria o pagamento de honorários como advogado. 

A prisão do advogado ocorreu durante a tarde, na QI 5 do Lago Sul, dentro da Caixa Econômica Federal do Gilberto Salomão. Ele havia chegado à agência pouco antes e entregou a documentação para fazer a transação. De acordo com a Divisão de Comunicação da Polícia Civil, os servidores do departamento de segurança da agência acionaram a Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (CORF) depois que Wendel preencheu uma guia para retirar a quantia alta. 

O advogado foi levado para a Corf a fim de prestar esclarecimentos e acabou autuado pelo crime de uso de documento falso. Como tem prerrogativa de prisão em sala de Estado Maior por ser advogado, depois de ser ouvido, ele foi levado para um espaço mais amplo, no BPTran, onde também já ficaram políticos presos em Brasília. 

“Tranquilo”
Wendel Lemes é advogado criminalista. Apesar da prisão, ele não foi afastado dos cargos de conselheiro seccional e procurador-geral de Prerrogativas da OAB/DF, segundo a presidência. Ibaneis Rocha esteve com Wendel ainda na segunda-feira, logo depois da prisão. “Demos toda a assistência e já entramos com o pedido do relaxamento da prisão. Queremos saber se ele foi vítima da fraude ou se está envolvido”, explicou o presidente da OAB-DF. O pedido de liberdade foi feito na madrugada de ontem, mas, até o fechamento desta edição, não havia sido analisado. 

Ibaneis Rocha afirmou ainda que Wendel estava tranquilo, apesar do flagrante. “Ele disse que tem contrato de honorário e recebeu uma procuração, reconhecida em cartório, para fazer a transação financeira. Mas o documento estava falsificado”, afirmou. O presidente da OAB-DF justificou ainda por que não afastou do conselho o advogado. “Nós, que somos advogados e defendemos a Constituição, não podemos colocar em dúvida o que ele falou. Não temos motivos para afastá-lo até que tudo seja verificado”, complementou o presidente. 

A ocorrência foi registrada na Corf. As apurações sobre o crime continuam e os policiais investigam se Wendel recebeu a procuração já falsificada, sendo, assim, vítima de um golpe. Os responsáveis pelas investigações, no entanto, preferiram não dar detalhes do caso. Caso a defesa não consiga relaxamento da prisão, Wendel deve permanecer na cela do BPTran até que saia a condenação.
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