ALIMENTO: Brasil é protagonista nos desafios de atender a demanda mundial por comida

No "Dia Mundial da alimentação", FAO faz 70 anos e estima que, em 2050, haverá nove bilhões de habitantes no mundo



Aumentar a produção de alimentos e promover a segurança alimentar para ajudar a erradicar a fome e a pobreza no mundo, especialmente nas áreas rurais. Esses desafios marcam o Dia Mundial da Alimentação e os 70 anos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), comemorados nesta sexta-feira (16/10). Hoje, 800 milhões de pessoas ainda passam fome no planeta. Neste contexto, mesmo em um cenário de crise econômica, o Brasil é um dos protagonistas desse processo, na condição de um dos principais fornecedores mundiais de alimento e um dos poucos países com condições de ampliar a oferta de forma sustentável, ou seja, sem precisar desmatar novas áreas, graças à tecnologia de que dispõe para a produção.

O abastecimento da população mundial é uma das principais metas estabelecidas pela FAO para os principais países produtores. Segundo a organização, o mundo terá nove de bilhões habitantes em 2050. Para acompanhar o crescimento da população mundial, será necessário produzir mais alimentos e o Brasil terá que aumentar sua oferta em 40%, até lá, para contribuir com este desafio. Para o vice-presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, a segurança alimentar se confunde com a importância da agropecuária brasileira nos desafios impostos pela FAO. “O produtor rural brasileiro está conectado com os objetivos da FAO e o Brasil tem todas as condições de atender a esta demanda”, afirma.

“A FAO nos estipulou essa meta de 40%, mas temos condições de aumentar nossa produção em 70%”, completa a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu. E o papel do Brasil passa, também, pela colaboração com os países e continentes mais pobres como a África. “Mesmo em tempos de crise, não podemos virar as costas para os países com os quais cooperamos”, ressalta o diretor-geral da FAO, José Graziano. Na avaliação do representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, o exemplo brasileiro deve ser seguido pelo resto do mundo, pois o país saiu, no ano passado, do grupo de países que fazem parte do mapa da fome. “É possível trabalhar para erradicar a fome e a pobreza, desde que esses dois temas façam parte da agenda prioritária dos governos para melhorar a qualidade de vida no campo”.

A pesquisa também terá papel fundamental para superar os desafios impostos pela FAO, segundo o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes. “O Brasil é referência mundial em tecnologia e inovação na agricultura, graças a instituições sólidas e a pessoas que deram grande contribuição”. O Brasil também será exemplo na parte ambiental e na produção sustentável, pois tem todas as condições de ampliar a produção de alimentos sem abrir novas áreas, aumentando a produtividade, produzindo mais no mesmo espaço. “Temos uma das mais rigorosas legislações ambientais do mundo, que é o Código Florestal, mas temos tecnologias que nos permitem produzir até três safras na mesma safra”, destaca a senadora Ana Amélia (PP-RS), presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado.

Fonte: Redação.

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