A quantidade de jovens universitários que trancaram cursos superiores já supera o total de alunos que concluíram a graduação no Brasil
Durante dois anos consecutivos, o abandono foi mais forte no ano de 2014, de acordo com dados mais recentes do Ministério da Educação. Naquele ano, as instituições de ensino superior formaram 1 milhão de pessoas, enquanto 1,2 milhão de alunos trancaram matrículas.
As desistências provocaram um “rombo” de 20% entre o número de trancamentos e o de formaturas, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta segunda-feira (7). O balanço inclui alunos de graduações presenciais e à distância, de instituições públicas e privadas. Especialistas afirmam que a atual crise econômica, somada à má qualidade de cursos universitários e da formação na educação básica são os responsáveis pelo cenário negativo.
O deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF) acredita que a situação é causada pela falta de responsabilidade do governo, e cita o atraso no Plano Nacional de Educação anunciado pelo governo Dilma Rousseff.
“Responsabilidade do governo é total, né? Porque a crise nasceu em função da incompetência do governo e das promessas que foram feitas e depois não foram cumpridas. E nós temos, inclusive, um Plano Nacional de Educação para cumprir, e esse governo veio na contramão do Plano Nacional de Educação.”
O deputado Izalci Lucas acredita que a população foi enganada quando o governo garantiu, durante a campanha presidencial de 2014, que a educação seria prioridade. Para o tucano, a presidente Dilma usou esse artificio para se reeleger.
“O problema é que realmente essa campanha de 2014, onde o governo ultrapassou todos os limites pra ganhar a eleição, acabou criando uma expectativa muito grande de educação profissional, como Pronatec, que foi a bandeira da campanha, a questão do Prouni, do Fies. Criou-se uma expectativa grande. Muita gente sonhava em fazer uma faculdade, se matriculou e depois não se consolidou aquilo que foi comprometido.”
As faculdades particulares também devem sofrer com dois anos de queda de alunos. Cerca de 500 mil jovens deixarão de se matricular em instituições de ensino superior por conta da crise econômica instalada em quase todos os setores do país. O balanço do MEC inclui alunos de graduações presenciais e à distância, de instituições públicas e privadas.
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