ELEIÇÕES 2016: Boca de urna causa prisão de 61 candidatos em todo o país, diz TSE

A prática da boca de urna foi a principal causa das ocorrências registradas envolvendo candidatos. Até o início da tarde de hoje (2), 61 pessoas que disputam vagas para prefeituras e câmaras municipais foram presas por fazerem propaganda no dia de eleição municipal para moradores de mais de 5,5 mil municípios brasileiros


Outros 39 casos também foram registrados, mas sem prisão.

Além de candidatos, outras pessoas também foram flagradas fazendo boca de urna. De acordo com o último boletim divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há poucos minutos, o saldo foi de 333 prisões e outros 383 ocorrência sem prisão.

Até agora, houve 1.410 ocorrências, envolvendo também outros crimes. No total, 149 candidatos estavam envolvidos e 83 deles acabaram presos. Outras 1.261 pessoas que não disputam o pleito também foram identificadas, sendo presas 575 delas.

Urnas

Como já havia sido antecipado pelo presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, pouco antes da divulgação do último levantamento, a substituição de urnas atingiu 0,53% (2.331) das 432.959 distribuídas em todo o país. O ministro afirmou que, até o momento, tudo ocorre “em contento” e em nenhum local foi necessária a troca do sistema pela votação em papel.

O Rio de Janeiro continua como o estado com o maior número de substituições, totalizando 441 urnas trocadas. Na comparação por porcentagem, Alagoas supera, chegando a 1,53% das urnas instaladas no estado, o equivalente a 119.

Atos de violência com alguma relação com as eleições municipais deste ano não devem aumentar a abstenção nas urnas, segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes. Ele admitiu que crimes como os registrados em São Luís, no Maranhão, onde três escolas foram alvos de coquetéis molotov, tiveram caráter “aterrorizante”, mas foram inibidos.

“Temos segurança de que não houve afastamento e de que o eleitor se sentiu seguro e foi às urnas. Um tumulto como aquele de São Luís tinha esta intenção de amedrontar eleitores e até mesários que deixariam de comparecer. É um tipo de ação para impor o temor à população, mas acho que logramos coaptar este tipo de movimento”, afirmou.

Mendes lembrou que o nível de abstenção no Brasil é alto – em torno de 25% a 30% dos eleitores acabam não votando -, mas disse que só depois do pleito será possível confirmar a manutenção destes índices.

Ausência é justificada

Portador de título eleitoral da cidade de Diamantino, em Mato Grosso, o ministro precisou justificar sua ausência nas urnas hoje (2) e, assim como outros eleitores, usou a estrutura montada no TSE para entregar o documento pouco depois das 15h30. “Na maioria das vezes eu vou, mas hoje não dava”, disse aos jornalistas que acompanharam o procedimento.

O presidente do TSE reiterou que tudo está ocorrendo “num quadro de normalidade”, mesmo com o que chamou de “tensões pré-eleitorais” em algumas cidades”. Aqui ou acolá, temos mil e poucas ocorrências, o que significa pouco considerando o número de municípios e a população de eleitores. Daqui a pouco estaremos no processo de apuração”, disse.

Gilmar Mendes foi até o centro de divulgação do TSE, onde estão concentrados jornalistas, para acompanhar o início da apuração de votos marcada para às 17h. O ministro antecipou que só dará nova declaração às 20h em mais uma entrevista coletiva.
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