Atrofia vaginal é causada pela diminuição dos níveis de estrogênio, um dos mais importantes hormônios femininos
A menopausa, que atinge mulheres entre 45 e 55 anos de idade, em média, traz alguns problemas para a saúde feminina. Ela ocorre após o último fluxo menstrual. Segundo a última pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 13,5 milhões de mulheres estão na menopausa no Brasil. E, com a chegada desse período, alguns desconfortos começam a surgir, entre eles a atrofia vaginal, que acontece quando há uma diminuição dos níveis de estrogênio, responsáveis pela lubrificação e manutenção dos tecidos da vagina.
Entre os principais sintomas da atrofia vaginal estão: diminuição na lubrificação (secura vaginal), ardência vaginal, ardência ao urinar, dor durante as relações sexuais e incontinência urinária. Apesar de estar muito associada à menopausa, a atrofia vaginal pode acontecer em outros períodos da vida. “A atrofia vaginal surge também quando há alterações endócrinas ou quando acontece a menopausa por conta da retirada do útero”, diz Will Barros, ginecologista especializado em tratamentos com laser.
Para aliviar os sintomas, alguns procedimentos são indicados, como o tratamento a laser de CO² fracionado, conhecido como Monalisa Touch. O produto foi aprovado pela Anvisa em 2012. “O método substitui o uso de medicamentos, hormônios sintéticos e cirurgias, trazendo resultados positivos para a paciente”, conta Barros.
Segundo Will Barros, ginecologista especializado em tratamentos a laser, o método Monalisa Touch é similar ao exame Papanicolau e não causa dores na paciente
Único especialista a aplicar a técnica em Brasília, Barros comenta que o aparelho provoca um estímulo de colágeno na região vaginal, melhorando a lubrificação e rejuvenescendo a parte íntima. “O procedimento é similar a um exame Papanicolau. A ponteira do laser é introduzida na vagina sem causar dores”, destaca. “O uso do Monalisa Touch não veio para substituir os cremes à base de estrogênio, mas se torna um grande aliado para o conforto da mulher. Ele diminui bastante os sintomas da menopausa, trazendo mais elasticidade e umidade para a vagina”, complementa a ginecologista Vera Lúcia da Cruz.
Barras explica que o laser também pode corrigir outros problemas que surgem ao longo da vida. “Com os parâmetros, eu consigo fazer.um procedimento estético, construção vulvar – diminuindo a frouxidão ou diminuindo os grandes lábios -, e melhorando a vascularização e hidratação da mucosa íntima, por exemplo”, comenta.
No Brasil, cerca de 35 profissionais utilizam o método. Para o tratamento, a paciente se submete a três sessões no valor de 1.500 reais cada, com intervalo de 30 dias entre elas. “O tratamento não traz efeitos colaterais. A única recomendação é que a paciente não faça relações sexuais durante os dez dias após a sessão”, completa Barros.
Pesquisa indica 80% de satisfação
O estudo da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, comprovou a eficácia do laser CO² vaginal, conhecido como Monalisa Touch. À frente do estudo, a ginecologista Vera Lúcia da Cruz, que é professora na instituição, diz que a pesquisa está de acordo com os resultados apresentados nas publicações europeias feitas anteriormente. “É o primeiro estudo randomizado com mulheres brasileiras menopausadas e tratamento com Laser para atrofia vaginal. O estudo apresentou um índice de satisfação com o tratamento ao redor de 80%”, conclui a ginecologista.
Por Julyerme Darverson