O consultor da vice-presidência de Habitação da CAIXA, Fernando Magesty, traça um panorama do crédito imobiliário para 2016 durante painel na Convenção Secovi-SP 2015
O mercado de crédito imobiliário brasileiro deve passar por ajustes e iniciar um novo ciclo de expansão no segundo semestre de 2016. A projeção foi feita por Fernando Magesty, consultor da vice-presidência de Habitação da CAIXA, durante painel na Convenção Secovi-SP 2015, em São Paulo nesta terça-feira (1º).
"Em 2017 a gente deve entrar em voo de cruzeiro”, afirmou ele. Magesty justificou a expectativa lembrando que o Minha Casa Minha Vida, o maior programa de habitação popular da história do país, nasceu em meio à crise global de 2009. Desde então, já entregou 2,5 milhões das 4 milhões de moradias contratadas.
Magesty ainda apontou três frentes nas quais a CAIXA trabalha para destravar o setor. A primeira é a diversificação das fontes de recursos de longo prazo, hoje concentrados na poupança e no FGTS, para financiar o setor habitacional.
O banco tem discutido sugestões de regulamentação das Letras Imobiliárias Garantidas no âmbito da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Inspiradas nas covered bonds, amplamente utilizadas na Europa, as LIGs serão papeis isentos de imposto de renda. A diferença em relação a outros títulos é que, além do fluxo de prestações, os bancos usam uma parcela do seu patrimônio como garantia, trazendo segurança maior ao investidor.
A CAIXA também participa de um grupo criado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda para desburocratizar o setor e reduzir custos. “Nós já sugerimos como ponto fundamental o registro eletrônico de imóveis”, disse Magesty.
Com a adoção de sistema eletrônico, será possível pedir o registro de escrituras e contratos sem se deslocar até o cartório. Para construtoras e incorporadoras, a medida reduz o tempo do repasse dos clientes ao banco, o que só ocorre depois que o contrato assinado entre instituição financeira e comprador é registrado no cartório. “O tempo que se demora para registrar um imóvel define o tempo que o vendedor demora para receber um financiamento ou a última parcela, o que é uma trava no mercado”.
Fonte: Caixa.
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Por Paulo Roberto Melo - jornalista