Uso do Chat GPT como recurso educacional nas salas de aulas

A inteligência artificial está revolucionando o processo de aprendizado e desde que o Chat OpenAi foi lançado, em novembro de 2022, algumas dúvidas e questionamentos em torno do impacto da nova tecnologia nas salas de aula passaram a ser preocupações dos centros de ensino. Para os professores de matemática e pedagogia do Centro Universitário Apparecido dos Santos (Uniceplac), a IA pode ser uma aliada para otimizar a aprendizagem dos estudantes e trazer criatividade aos professores, mas é preciso ter cuidado ao usar a ferramenta.  

“Aliar o chat GPT ao ensino nas salas de aula pode trazer recursos mais criativos aos docentes, além de oferecer novas maneiras dos estudantes assimilarem os conteúdos aprendidos. Podemos utilizar a IA para criar resumo de textos longos e mais complexos. Para testar o conhecimento sobre um determinado assunto, os usuários podem pedir que a IA elabore quizzes e listas de exercícios, com base em um texto especificado como referência. Além disso, podemos exercitar a forma como construímos um texto personalizado para um determinado público, estruturando definições sobre um mesmo conceito para diferentes idades, por exemplo”, comenta a coordenadora do curso de pedagogia do Uniceplac, Eusiléa Severiano. 


Apesar dos benefícios obtidos com a nova tecnologia, a pedagoga reitera a necessidade de ter atenção a toda e qualquer informação retirada do bate-papo com a IA.  

“A letra “G” da nomenclatura GPT, refere-se a Generation, ou seja, é uma ferramenta voltada para gerar informações combinando o que já existe em formas novas. O robô tem o conhecimento sobre o que foi treinado, ou seja, pode não ser capaz de fornecer uma compreensão ampla, maior e mais profunda de um assunto”, comenta  

A inteligência artificial é elaborada através de um processo de aprendizado conhecido como treinamento de máquina, alimentado com grandes volumes de dados e um algoritmo ajustado para identificar padrões e relações entre as informações. Este processo permite que ferramenta faça previsões com base nas informações fornecidas.   

O professor de matemática do Uniceplac, Dalmo Rodrigues faz um alerta sobre a importância de validar as respostas obtidas pela ferramenta. “Por ser uma tecnologia implementada há pouco, não se pode saber ao certo de onde foram retiradas todas as informações. A base de dados de uma inteligência de máquina é elaborada a partir de diversas fontes, dessa forma, saber direcionar as perguntas, usando referências elaboradas trará respostas mais completas. É fundamental que os usuários entendam que a IA também está em constante aprendizado”, comenta. 

A forma como os internautas interagem com a inteligência de máquina diz muito sobre o teor e complexidade das respostas elaboradas pelo Chat GPT.  “À medida que o modelo é exposto a mais e mais dados, ele se torna mais preciso em suas previsões e começa a entender melhor a linguagem das conversas humanas. O ChatGPT é capaz de aprender continuamente e, assim, melhorar seu desempenho ao longo do tempo”, comenta o professor de matemática. 

A necessidade de validação e desenvolvimento de senso crítico para lidar com as informações acessadas na ferramenta é defendida pelo professor de matemática como sendo uma nova forma de ter participação ativa na obtenção do conhecimento. “A inteligência artificial possibilita uma nova forma dos seres humanos buscarem e criarem novos conhecimentos. A nova tecnologia modifica algumas estruturas e processos já conhecidos, por exemplo a formas de pesquisar, mas não anula a necessidade da participação ativa dos usuários para fomentar e indicar os caminhos do bate-papo.”, finaliza Dalmo Rodrigues. 

Eusiléa Severiano explica que o resultado da combinação de saber perguntar e validar as respostas auxilia no processo de aprendizagem dos seres humanos. "Não podemos criar uma dependência da tecnologia, atribuindo à inteligência artificial o caráter de saber sobre tudo. Unir o aprendizado de máquina com o nosso treinamento de validação e elaboração de perguntas é muito positivo para o refinamento do conhecimento dos seres humanos”, comenta. 

Ao usar a ferramenta, podemos perceber algumas diretrizes éticas na elaboração das respostas da inteligência de máquina. Para a coordenadora do curso de pedagogia do Uniceplac, apesar do cuidado de treinar a máquina com limites éticos, não garante apenas o bom uso da ferramenta.  

“Um dos aspectos do Chat GPT é o impedimento da inteligência artificial de responder questões antiéticas ou ilegais. Os usuários podem perguntar sobre qualquer coisa, mas dependendo da finalidade da pergunta a inteligência artificial não prossegue com as respostas. O fato é que ainda precisamos nos atentar e conscientizar a população sobre a forma de utilizar a IA. Dependendo de como se elabore os questionamentos, é possível ter respostas que levem para uma finalidade criminosa, por exemplo. O que é bastante perigoso”, finaliza.

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